publicado 10 de fev. de 2025 · Por J. Bo.
Tratamento do Diabetes Tipo 2 no SUS: Diretrizes Atualizadas 2024 e Medicamentos Disponíveis
Recomendações para tratamento do DM2 no SUS incluem abordagem multidisciplinar, medicamentos e controle glicêmico.

Tratamento do Diabetes Tipo 2 no SUS
Resumo das recomendações
Autores: Luciana Bahia, Bianca de Almeida-Pititto
Editor Chefe: Marcello Bertoluci
Última revisão em: 25/06/2024
DOI: 10.29327/5412848.2024-3
Introdução
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado do paciente durante as fases iniciais do diabetes tipo 2 são cruciais para prevenir a progressão para complicações crônicas. A atenção especializada, onde a disponibilidade de especialistas é limitada, pode ser evitada com um bom manejo na Atenção Primária à Saúde. Esse cuidado deve ser multidisciplinar, permitindo acesso e assistência contínua para o paciente diabético, usualmente acompanhado de outros fatores de risco.
Abordagem Não-Medicamentosa
A recomendação para indivíduos com pré-diabetes inclui a adoção de hábitos de vida saudáveis. É essencial incorporar frutas, verduras e legumes à dieta e evitar alimentos ricos em gorduras saturadas e trans. Pacientes com diabetes devem receber orientações dietéticas específicas e realizar ao menos 150 minutos de atividade física por semana.
Tratamento Farmacológico
Classe | Medicamento | Administração | Posologia |
---|---|---|---|
Biguanida | Cloridrato de metformina 500 mg e 850 mg | Oral | até 2g/dia |
Sulfonilureia | Glibenclamida 5mg | Oral | 2,5 a 20 mg/dia |
Gliclazida 30 e 60 mg | Oral | 30 a 120 mg/dia | |
Insulina | Insulina NPH 100 U/mL injetável | Subcutânea | Conforme prescrita |
Insulina Regular 100 U/mL | Subcutânea | ||
ISGLT2 | Dapagliflozina 10 mg | Oral | 10mg/dia |
Fonte: Adaptado do PCDT DM2 2024
Escolha do Tratamento
O tratamento de primeira escolha com medicamentos disponíveis no SUS geralmente inicia com metformina em monoterapia. Caso não se atinja a meta de HbA1c, outras terapias anti-diabéticas podem ser adicionadas. A meta principal de acompanhamento é manter HbA1c ≤ 7%. A adição de novos fármacos contribui para a redução de 0,5% a 1,5% dos níveis de HbA1c.
Nota Importante
- Fatores de risco incluem sobrepeso, sedentarismo, histórico familiar de diabetes, gestação com peso fetal ≥ 4kg ou DM gestacional, hipertensão, colesterol HDL baixo ou triglicerídeos altos, síndrome dos ovários policísticos, condições clínicas de resistência insulínica e histórico de doença cardiovascular.
- Para pacientes com HbA1c > 9% ou glicemia de jejum < 300 mg/dL sem sintomas, recomenda-se terapia dupla com metformina e sulfonilureia.
- Sintomas de hiperglicemia aguda indicam necessidade de insulinoterapia.
Metformina
A metformina é o medicamento inicial recomendado, também aconselhado por entidades internacionais como ADA, EASD e IDF. No entanto, entre 20% a 30% dos pacientes podem apresentar intolerância ao medicamento. A metformina XR é fornecida pelo SUS para reduzir tais efeitos colaterais e deve ser utilizada para melhorar a tolerabilidade sem diminuir a dose.
Sulfonilureias (SU)
O SUS disponibiliza glibenclamida e gliclazida (liberação imediata ou prolongada). A gliclazida MR é preferida pela SBD devido ao menor risco de hipoglicemia e segurança cardiovascular adicional.
Inibidores do SGLT2
Os inibidores do SGLT2, como a dapagliflozina, foram incorporados ao SUS desde 2023, oferecendo benefícios cardioprotetores e renais, independentemente do controle glicêmico, e recomenda-se seu uso para reduzir riscos cardiovasculares e renais.
Nota Importante Sobre ISGLT2
- É recomendado para pessoas com alto risco cardiovascular adicionar o uso de um ISGLT2, independentemente dos níveis de HbA1c.
- É recomendado o uso de inibidores do SGLT2 para pacientes com DM2 e DRD para reduzir a progressão para doença renal terminal.
Insulinoterapia
Indicada quando há falha no controle glicêmico com antidiabéticos orais. A insulinoterapia começa geralmente com insulina NPH à noite, ajustando as doses de insulina prandial conforme necessário.
Aplicação de Insulina
A insulinoterapia deve seguir recomendações específicas quanto à técnica de aplicação, incluindo a necessidade de rodízio de locais para prevenir lipodistrofia.
Acompanhamento do Paciente
O tratamento do DM2 deve ser multidisciplinar, incluindo promoção de saúde e controle de comorbidades, frequentemente realizado na atenção primária.
Periodicidade para Exames
- Glicemia em jejum e HbA1c: ao menos 2 vezes ao ano.
- Colesterol total, triglicerídeos, HDL, LDL, creatinina sérica: no diagnóstico e anualmente ou a critério clínico.
- Albuminúria e fundoscopia: no diagnóstico e anualmente; avaliação dos pés e dosagem de vitamina B12: conforme critérios.
Automonitoramento
Embora não seja custo-benefício para todos os pacientes, o automonitoramento da glicemia capilar é aconselhado para aqueles que ajustam a dose de insulina de forma autônoma. A individualização da frequência do monitoramento é baseada no esquema terapêutico e condição clínica do paciente.
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